terça-feira, 25 de setembro de 2007

iPhone desbloqueado passa na prova da TIM na web


Vamos com calma, porque nada aqui é by the book. Pelo contrário –estamos no terreno do work around – ou, em bom português, da gambiarra.

Desbloqueado, o iPhone funciona 100% na rede celular da TIM. Basta tirar o chip de um celular brasileiro e passar para o iPhone, com a ajuda de um clipe. Em dois ou três segundos, a TIM toma posse do aparelho e pronto.

Ontem eu usei o iPhone para navegar na internet – e pude constatar, na prática, porque ele torna a experiência da web infinitamente superior a de qualquer outro smartphone ou celular.

Mesmo sem 3G, as coisas fluem sem demoras irritantes pela rede celular. Ou por Wi-Fi - o aparelhinho é rápido para captar redes sem fio à volta. Ontem, no laboratório da INFO, captou todas as três no ar mais rápido do que o tempo que você leva para ler essa frase. Alguém da Coréia do Sul ou da Escandinávia pode achar que a velocidade não é suficiente - mas, para o padrão brasileiro, está OK.

Para começar, na hora de digitar, o teclado qwerty virtual na tela touch screen torna tudo muito mais fácil. Não se precisa fazer malabarismo para passar de letra a número, segurar uma tecla para clicar em outra, pressionar um símbolo para liberar uma segunda função numa outra tecla. É tudo direto.

A orientação da tela muda conforme muda a posição da tela. Se está na horizontal, a imagem fica horizontal, se está na vertical, adivinha... Tudo sem clique algum, só alterando a posição do iPhone na mão. O Safari, mais esperto que o IE ou o miniOpera, dá show na telinha.

Dentro dos sites, o recurso de zoom in e out torna praticamente qualquer site da web visível e legível com apenas um gesto. Rolar uma tela de cá para lá nunca foi tão confortável – basta uma leve mexida com os dedos o site se desloca para a direta ou a esquerda, como se quiser.

A Apple já fez boa parte do trabalho de configurar o iPhone para a internet. Assim, basta selecionar YouTube que se tem imediatamente a opção de ver os vídeos mais populares, numa tela esplendorosamente clara e definida. Quando se clica em Gmail, se cai automaticamente na versão Mobile do Gmail, que cabe perfeitamente na tela. O sobe-e-desce das ações, a previsão do tempo, as notícias – está tudo magnificamente ajustado para a belíssima tela de 320 por 480.

Depois de usar o iPhone por meia hora, é impossível ser um usuário perfeitamente feliz de qualquer outro celular ou smartphone. É um caminho sem volta.

Que há limitações no iPhone, claro que há. Não sei se são assim tão relevantes. Ter SMS, mas não MMS, me parece a mais séria. A câmera de 2 MP do iPhone tampouco faz vídeos. É uma chateação, mas não custa nada enfiar uma Lumix ou CyberShot na bolsa. É complicado pôr outros aplicativos no aparelho? Com tantos serviços online, instalar aplicativos deixou de ser uma questão de vida ou morte. Hoje em dia dá para fazer praticamente tudo pela interface web, graças aos serviços do Google, Yahoo!, Microsoft, Apontador...

Quanto a achar o iPhone por aqui, por preços palatáveis, já é um desafio e tanto. Ontem à noite, no Mercado Livre, o aparelhinho, na versão 8 GB, estava entre 1700 e 2950 reais. No TodaOferta, do UOL, já era oferecido em seis prestações por 2800. Os preços devem cair, conforme aumenta a oferta. Talvez valha a pena esperar mais alguns meses para comprar o iPhone no Brasil.

Mas quem for escoteiro e quiser esperar pela estréia oficial do produto no país, para fazer tudo by the book, deve tomar uma providência: esperar sentado. Como disse bem a revista Exame num de seus últimos números, a Apple não está nem aí para o Brasil. Afinal, pra que prestar atenção num país com apenas 108 milhões de celulares, né?

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